Manutenção Preventiva – Como mencionado numa matéria anterior, uma manutenção está baseada no princípio em que toda máquina e/ou equipamento no decorrer do seu tempo de uso está sujeito a um processo de desgaste / deterioração.
Com isso, inevitavelmente faz-se necessário nesse intervalo de tempo algumas intervenções de reparos, troca de peças e componentes, lubrificação e inspeções. Baseado nesse decorrer de tempo, ficou evidenciado que uma manutenção poderia ser feita com certa periodicidade.
Surge então uma forma de manutenção das mais difundidas e usadas hoje em dia é a Manutenção Preventiva, baseada no tempo e dados estatísticos.
Problemas com a estratégia da manutenção Preventiva
Sabemos que para uma manutenção preventiva dar resultados temos que nos ater a alguns critérios e meios de colocá-la em prática. Como vimos na matéria sobre o planejamento de uma preventiva, temos algumas etapas a serem observadas.
E mais que essas etapas, também temos outras necessidades para que uma preventiva tenha os resultados esperados. E baseado nessas etapas e outras necessidades, é que uma preventiva pode passar de uma solução para um problema.
Manutenção preventiva que não dá resultados
Uma manutenção preventiva não é simplesmente agendar a sua parada e trocar peças. O planejamento de uma preventiva deve ser muito bem elaborado e cada vez que se para o mesmo ativo, nunca é a mesma coisa.
São muitas as situações em que uma manutenção preventiva pode dar errado e não atingir seus objetivos e que tentaremos elencar algumas delas.
Histórico de paradas e indicadores – KPIs
Se as atividades de manutenção são mal gerenciadas e muito menos computadas em um sistema, fica difícil conseguir um histórico confiável e indicadores.
São informações importantes para a tomada de decisão dentre os ativos de uma planta quanto às melhores ações a serem realizadas.
Entendimento com a Produção e suas necessidades
A interação da Manutenção e Produção é ponto chave para se conseguir o melhor entendimento de problemas nas máquinas e equipamentos. Isso ajuda sobremaneira a Manutenção para agir em pontos específicos onde ficou evidenciado algum tipo de problema pelos operadores.
Se essa interação por qualquer motivo é comprometida, sabemos que não haverá aquela cooperação esperada. E como resultado, o que poderia ser resolvido na preventiva, ficará sem a devida solução e isso pode ter certeza, acontece.
Definindo o plano de ações e recursos
Todas as ações definidas num plano de manutenção, mais algumas definidas baseadas em históricos e/ou com a Produção, devem ser bem elaboradas.
E muito importante a definição de todos os recursos necessários para cada atividade pré-definida. Portanto a falta de assertividade nessa etapa do planejamento da preventiva pode comprometer e muito os resultados esperados.
Programação da parada
O cronograma geral ou mapa das 52 semanas deve ser cumprido conforme elaborado e acordado com Produção e PPCP. Quando essa programação da parada fica sendo postergada, compromete e muito o planejamento da Manutenção. E mais que isso, a máquina ou equipamento fica à mercê de eventuais problemas causados pela falta dessa parada.
Execução e checklist final
A qualidade da mão de obra da Manutenção é essencial para que todas as atividades sejam realizadas conforme necessário. Tudo o que foi planejado para cada atividade se espera que seja realizado e quando isso não acontece, compromete os resultados da preventiva.
Outra questão as vezes ignorada é a realização do checklist final, ou seja, na hora de entregar a máquina ou equipamento para a Produção. É importante verificar de tudo foi realizado, de acordo e que tudo está em funcionamento correto e livre de impedimentos para seu pleno funcionamento.
Planos de manutenção e lubrificação
Os planos de manutenção e lubrificação devem ser revisados a cada preventiva baseada nos históricos de cada ativo. Tudo que foi realizado a nível de melhorias também deve ser observado se altera ou não alguma atividade do plano.
Todos os métodos de manutenção sempre são melhorados por meio de ferramentas e metodologias novas. Tudo isso deve ser usado para melhorar os planos de manutenção e lubrificação, nada deve ficar engessado.
Periodicidade e intervalo das paradas
Os intervalos de paradas podem e devem ser revisados quando são inseridos melhorias ou novas estratégias de manutenção. A Manutenção deve inserir como estratégia algumas técnicas preditivas que fazem com que alguns itens passem a ser monitorados e com intervenções diferenciadas da preventiva.
E melhorias nos sistemas em geral podem fazer com que certas atividades sejam extintas ou com necessidades de intervalos maiores.
Conclusão
Acredito que são algumas situações onde o mal gerenciamento delas podem acarretar em preventivas mal resolvidas. Sabemos que uma preventiva se baseia muito em troca de peças e componentes sem que os mesmos estejam totalmente comprometidos.
Com isso seus custos por vezes são considerados altos e gestores acabam por “boicotar” algumas paradas alegando falta de recursos. A verdade na minha visão, é que uma preventiva não pode ser uma estratégia isolada da Manutenção.
Um bom começo seria se juntar a preventiva, as técnicas preditivas de acordo com cada necessidade e as inspeções periódicas. Uma outra boa pedida seria implantar os pilares básicos da TPM, com certeza os resultados seriam muito melhores.